Milagre o que é? e qual o seu propósito?
Cada uma destas três palavras que se referem a
eventos sobrenaturais (sinal, maravilha e poder) delineia um aspecto do
milagre. Um milagre é um evento incomum (maravilha) que transmite e confirma
uma mensagem incomum (sinal) por intermédio de uma habilidade incomum (poder).
Do ponto de vista divino privilegiado, o milagre é um ato de Deus (poder) que
atrai a atenção do povo de Deus (maravilha) para a Palavra de Deus (por meio de
um sinal). Estas palavras designam, respectivamente, a “fonte” (o poder de
Deus), a “natureza” (maravilhosa, incomum) e o “propósito” (sinalizar algo que
vai além do fato em si) de um milagre. Eles são normalmente utilizados como
sinais para confirmar um sermão; como maravilhas para verificar as palavras de
um profeta; como milagre para ajudar a estabelecer a sua mensagem (Jo 3.2; At
2.22; Hb 2.3,4).
Um milagre,
portanto, é uma intervenção divina, ou uma interrupção, no curso regular do
mundo que produz um evento com um objetivo definido, o qual, apesar de incomum,
não ocorreria (ou não poderia ocorrer) de outra forma. Nessa definição, as
leis naturais são compreendidas como sendo a forma normal, regular e geral pela
qual o mundo funciona. Entretanto, o milagre ocorre como um ato incomum,
não-padronizado e específico de um Deus que transcende o universo.
Isto não significa que os milagres são contrários
às leis naturais; significa simplesmente que eles são originados em uma fonte
que está além da natureza. Em outras palavras os milagres não violam as leis
naturais da “causa e efeito”, eles simplesmente tem uma causa que transcende a
natureza.
O PROPÓSITO DOS MILAGRES
A Bíblia
informa pelo menos três propósitos para um milagre:
(1) glorificar a natureza de Deus (Jo 2.11;
11.40);
(2) confirmar as credenciais de certas pessoas na
posição de porta-vozes de Deus (At 2.22; Hb 2.3,4); e
(3) propiciar evidências para que haja fé em Deus
(Jo 6.2,14; 20.30,31).
Obviamente,
nem todas as pessoas acreditam que um evento assim seja um ato de Deus, mesmo
tendo testemunhado um milagre. Mas neste evento, de acordo com o Novo
Testamento, o milagre é uma testemunha contra elas. João se lamentou pelo povo:
“E, ainda que tivesse feito tantos sinais diante deles, não criam nele” (Jo
12.37). O próprio Jesus falou nestes termos ao se referir a algumas pessoas:
“Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum
dos mortos ressuscite” (Lc 16.31). Portanto, neste sentido, o resultado (e não
o propósito) da descrença em milagres se constitui em condenação para o
incrédulo (cf. Jo 12.31,37).
Texto
extraído da obra “Teologia Sistemática:
Introdução à Teologia, A Bíblia, Deus, a Criação”, editada pela CPAD.
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